quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Ultrassom na gravidez - 13 perguntas & respostas para esclarecer as principais dúvidas de mamães e papais

O ultrassom é um dos exames mais solicitados durante o pré-natal, para acompanhar as condições de saúde da mãe e do bebê. O termo ultrassom se refere a ondas sonoras com frequência superior àquela que nós, humanos, somos capazes de ouvir. Ao entender apropriadamente os princípios físicos dessa tecnologia, o ultrassonografista está apto a otimizar a qualidade da imagem, contribuindo para um diagnóstico de alta qualidade e precisão. Apesar de aparentemente simples, esse exame tão comum ainda gera muitas dúvidas entre as futuras mamães. Seguem, então, treze perguntas respondidas pelo doutor Victor Bunduki, médico obstetra e especialista em medicina fetal e ultrassonografia do CDB Premium, em São





Paulo:


1. O ultrassom é um exame seguro?

Dr. Victor Bunduki – “Sim, é um exame isento de contraindicações tanto para a mãe quanto para o feto. No caso do ultrassom com dopplerfluxometria colorida, que analisa o fluxo sanguíneo em diferentes vasos do corpo humano, recomendamos que seja realizado somente após a 9ª semana de gestação, para maior segurança.



2. É verdade que o feto, ao contrário dos humanos, ouve o som emitido pela tecnologia ultrassom?

Dr. Victor Bunduki – “Não. No ultrassom, lidamos com mais de três milhões de hertz, enquanto o ouvido humano escuta até dois mil hertz. Portanto, essa questão está totalmente descartada.”



3. A partir de quando é possível ter uma imagem do bebê?

Dr. Victor Bunduki – “Como as semanas de gestação são contadas a partir da data da última menstruação, é possível enxergar o embrião a partir da quinta semana – pelo ultrassom transvaginal – ou ainda a partir da sexta semana via suprapúbica. É nessa fase que, apesar de o embrião medir poucos milímetros, podemos identificar e ouvir seus batimentos cardíacos.”



4. Existe um ‘número ideal’ de ultrassonografias recomendado às gestantes?

Dr. Victor Bunduki – “Não há um número ideal. Quem determina os pedidos de exame é o obstetra da paciente, de acordo com as características da gestação. Entretanto, quatro exames seriam o mínimo necessário durante uma gestação normal. O primeiro, para confirmar a gravidez e descartar ou não a gestação gemelar. Ainda no primeiro trimestre, medimos a translucência nucal; no segundo trimestre, é possível realizar uma boa avaliação morfológica; e, no terceiro trimestre, devemos revisar a morfologia e acompanhar o crescimento, a quantidade de líquido amniótico e o aspecto da placenta.”



5. O que significa “translucência nucal”?

Dr. Victor Bunduki – “Trata-se de um exame de rastreamento de alterações genéticas (cromossomopatias) – como a Síndrome de Down, por exemplo – em que medimos a região da nuca do bebê. Em bebês que têm alterações cromossômicas essa medida pode estar aumentada. Esse exame, portanto, não tem finalidade diagnóstica, mas seleciona as pacientes que teriam indicação de estudo do cariótipo (colhido por punção de vilosidade coriônica ou do líquido amniótico).”



6. Em que período da gestação o ultrassom é mais importante?

Dr. Victor Bunduki – “Todos são igualmente importantes. O primeiro exame é muito útil para confirmar a gestação, identificar o local da implantação e determinar a idade gestacional. O segundo, também chamado de morfologia do primeiro trimestre, mede a translucência nucal, conforme mencionado. O terceiro exame morfológico confirma a idade gestacional, avalia o crescimento e, principalmente, a morfologia fetal. Já o quarto tem o objetivo de avaliar o crescimento, a quantidade de líquido e a placenta – além de revisar a morfologia. Isso tudo pode ser realizado também no segundo trimestre, mas existem patologias típicas do terceiro trimestre que podem levar a alterações de líquido e da placenta. Daí a importância de realizar um ultrassom nessa fase da gravidez.”



7. Que doenças podem ser identificadas durante o ultrassom gestacional?

Dr. Victor Bunduki – “São inúmeros tipos de malformações estruturais que podem ser detectados pelo ultrassom. Entre os mais recorrentes estão a hidrocefalia – que é o acúmulo de fluido cerebroespinhal nas cavidades ventriculares do cérebro – e outros distúrbios do sistema nervoso central, além de alguns tipos de malformações cardíacas, entre outras.”



8. Em que casos o obstetra costuma solicitar exames mais sofisticados de ultrassom, como Doppler, 3D e 4D?

Dr. Victor Bunduki – “O ultrassom com doppler é indicado para avaliar a circulação da mãe para o bebê e para checar o fluxo nos vasos internos do bebê. É importante nos casos de diabetes, hipertensão e retardo de crescimento fetal, por exemplo. Já o ultrassom 3D nos permite enxergar as estruturas fetais em três dimensões, melhorando muito a visão da anatomia de superfície, principalmente do rostinho do bebê. Também é muito útil como complemento do ultrassom convencional em caso de diagnóstico de malformações. No 4D, além das imagens bastante reais, também é possível acompanhar os movimentos do bebê.”



9. É possível que o ultrassom cometa erros, indicando problemas inexistentes?

Dr. Victor Bunduki – “Por mais que uma tecnologia ofereça recursos de ponta, o exame depende de um operador passível de cometer falhas. Por isso, além de se recomendar que uma malformação, por exemplo, seja confirmada através de um novo exame, é importante que a gestante realize seus exames em clínicas com boa reputação, principalmente que tenham profissionais especializados em medicina fetal.”



10. Mesmo que todos os exames solicitados estejam aparentemente normais, é possível que uma criança nasça com alguma malformação?

Dr. Victor Bunduki – “É possível, já que a sensibilidade ou taxa de detecção do ultrassom gira em torno de 90% na identificação de malformações estruturais. Sendo assim – e por existirem malformações muito discretas, de difícil identificação – o exame tem suas limitações. Por isso, há casos em que há indicação de um acompanhamento rigoroso, com a realização de exames complementares.”



11. Há casos em que o ultrassom identifica a necessidade de intervenções na hora do nascimento do bebê?

Dr. Victor Bunduki – “Sim, especialmente as cardiopatias e doenças do tórax. Há intervenções que podem ocorrer inclusive no ambiente intrauterino, como transfusões de sangue, derivações (ventriculares, renais), punções de líquido amniótico com finalidade terapêutica, entre outros. Fetos portadores de malformações cardíacas graves devem nascer em um centro de referência provido de UTI neonatal, cardiologistas pediátricos e cirurgiões cardíacos, prontos para atender o recém-nascido cardiopata, dado que desse atendimento depende a sua sobrevida.”



12. Como deve ser a preparação da gestante para o exame de ultrassom?

Dr. Victor Bunduki – “Nos três primeiros meses é necessário que a gestante beba bastante água antes de se submeter ao exame. Pelo menos, entre quatro e cinco copos. Depois da 12ª semana, entretanto, isso não é mais necessário. Vale ressaltar que, ao contrário do ultrassom suprapúbico, o transvaginal é realizado com a bexiga vazia. O gel utilizado durante o exame é o meio ideal para a transmissão das ondas sonoras através da pele e facilitar o deslizamento do equipamento.”



13. A partir de quando é possível saber o sexo do bebê?

Dr. Victor Bunduki – “Apesar de o sexo ser definido no momento da concepção, o órgão genital se desenvolve entre nove e doze semanas de gravidez. Portanto, entre a 14ª e a 16ª semana, dependendo da posição do bebê, é possível identificar o sexo da criança. Quando a criança está sentada sobre as perninhas ou quando está de pernas cruzadas, é mais difícil a visualização de sua genitália – obrigando os pais a terem um pouco mais de paciência para obter essa informação.”


Fonte: Dr. Victor Bunduki, médico obstetra, professor associado da Faculdade de Medicina da USP, e especialista em medicina fetal e ultrassonografia do CDB Premium, em São Paulo – www.cdb.com.br

2 comentários:

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